Ele é considerado o maior poeta satírico da literatura portuguesa do século XV. É reconhecido por não ter medo de falar a verdade sobre o cotidiano e os costumes da época no Brasil, por isso é chamado de “boca do inferno” ou “boca de brasa”. Seu nome é Gregório de Matos, o maior poeta barroco do Brasil, que faz aniversário nesta quarta-feira, 23.

Matos nasceu em 1636, em Salvador, e era português, já que o Brasil somente se tornou independente em 1822. Ele estudou no Colégio Jesuíta, da Bahia, entre 1642 e 1650, quando continuou os estudos na Universidade de Coimbra, em Lisboa, e se formou em Cânones, em 1661. Dois anos depois, foi nomeado “juiz de fora”, magistrado nomeado pelo próprio rei de Portugal, da cidade portuguesa de Alcácer do Sal.

Sua carreira política foi rapidamente ascendente. Em 1668, representou a Bahia nas cortes de Lisboa. Quatro anos mais tarde foi nomeado procurador, logo tornou-se desembargador das Relações Eclesiásticas da Bahia e, em seguida, nomeado tesoureiro-mor da Sé pelo rei de Portugal. Ele somente retornou ao Brasil em 1683, quando foi destituído de seus cargos por não aceitar as ordens de seus superiores e não querer usar a batina.

Para criticar os costumes e grupos sociais da época na sociedade baiana, Gregório satirizou o cotidiano, usando uma linguagem erótica, o que rendeu o título que o imortalizou como a “boca do inferno”. Tanto que o promotor eclesiástico da província, em 1695, o denunciou ao Tribunal da Santa Inquisição, embora a acusação não tenha prosseguido. Um de seus principais poemas é “A cada canto um grande conselheiro”.

As críticas e as perseguições aumentaram, fazendo-o ser deposto para Angola em 1694. Voltou à colônia portuguesa, no ano seguinte, onde morreu aos 59 anos, em Recife, de uma febre contraída na África, em 26 de novembro de 1695

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