Em reunião encerrada perto das 23h deste domingo (24), o senador
Pedro Simon cedeu à pressão do PMDB gaúcho e disputará a reeleição para o Senado. Ele
substituirá Beto Albuquerque (PSB), que abdicou da candidatura de senador na
semana passada, para compor a chapa presidencial de Marina Silva, na posição de
vice.
Com
85 anos, Simon havia anunciado a aposentoria para 31 de janeiro, quando termina
seu atual mandato. Nos últimos dias, invocava a idade para se esquivar das
pressões. Dizia que seu médico, Fernando Lucchese, desaconselhara sua
participação em mais uma campanha eleitoral. Súbito, aposentou a ideia de se
aposentar.
Coube
ao candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori,
anunciar a meia-volta: “Houve uma convergência de todos os oito partidos da
coligação para o nome do senador Pedro Simon”, disse ele, ao final da reunião
realizada na noite passada na sede do diretório gaúcho do PMDB.
O
retorno de Simon ao jogo será formalmente anunciado em entrevista programada
para esta segunda-feira (25), em Porto Alegre. O movimento deve embaralhar a
corrida para o Senado no Estado, hoje polarizada entre os candidatos Lasier
Martins, do PDT, e Olívio Dutra, do PT.
Além
de pedir votos para si, Simon reforçará o palanque de Marina Silva. Coligado
com o PSB, o PMDB gaúcho apoiava a candidatura presidencial de Eduardo Campos.
Com a morte dele, transferiu o apoio para Marina. Mas a transferência foi
apenas formal.
Na
prática, um pedaço da legenda decidiu trabalhar em favor do presidenciável
tucano Aécio Neves. Outro naco do PMDB gaúcho, minoritário, prefere a reeleição
de Dilma Rousseff. Não porque morre de amores por ela, mas para prestigiar o
vice-presidente Michel Temer. | josiasdesouza